domingo, 23 de setembro de 2007
La ricerca delle radici
Primo LeviRecentemente peguei no primeiro livro que li em italiano, Il Sistema Periodico, de Primo Levi, de cuja edição de bolso da Einaudi é extraído o excerto da entrevista de Philip Roth abaixo transcrito. Comecei a lê-lo ingenuamente sem dicionário, saboreando cada palavra isolada e atendendo mais às particularidades da língua do que à literatura. Cedo descobri que se tratava de uma tarefa impossível.
Várias coisas me ligam a Primo Levi, escritor sobrevivente de Auschwitz e testemunha dos campos de concentração. Em primeiro lugar, a consciência de que «o homem sofre injustamente». Numa antologia dos textos literários que o formaram como escritor e homem, La Ricerca delle Radici, Levi inclui em primeiro lugar um excerto do Livro de Job. É o mesmo problema que se encontra em Dostoievski e conduz à célebre fórmula: «Todos somos culpados perante tudo e todos e eu mais do que os outros» dos Irmãos Karamazov. Em segundo lugar, a admiração pelas «raízes profundas» de Primo Levi, que viveu na mesma casa onde nasceu em Torino. A mesma casa onde chegou vindo do lager da morte, quando ninguém da sua família o esperava. Admiração pelo significado que deu à sua profissão de químico, pelo conhecimento da dignidade dos ofícios.
«A proposito del radicamento, della rootedness: è vero che io ho radici profonde, e che ho avuto la fortuna di non esserne privato: la mia famiglia è stata in buona parte risparmiata della strage, e oggi io continuo ad abitare addiritura nell'alloggio dove sono nato. La scrivania a cui scrivo sta esattamente nel luogo in cui, secondo la leggenda, sono stato partorito. Perciò, quando mi sono trovato sradicato quanto piú non si potrebbe, ho certo provato sofferenza; ma questa è stata compensata dal fascino dell'avventura, dagli incontri umani, dalla dolcezza della convalescenza dal morbo di Auschwitz. La mia tregua russa, nella sua realtà storica, ha cominciato ad apparirmi come un dono solo molti anni dopo, quando l'ho depurata rivivendola e scrivendola.»
Primo Levi in Intervista di Philip Roth pubblicata il 26 e 27 novembre 1986 su «La Stampa»
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