segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tempo





O tempo da perfeição circular de Sad Eyed Lady of the Lowlands, belíssima homenagem às mulheres e ao segredo do mundo, o tempo da alegria infinita de se estar vivo contra todas as reduções da vida.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

George Steiner Dixit

«A Europa, explicou, e a sociedade europeia com ela, e a sua civilização (ciência incluída, provavelmente), está numa crise profunda. (...) Pessimista? Sem dúvida. Mas para Steiner, há ainda um antídoto contra uma nova era de trevas: "Recolocar os professores na sua dignidade social e económica, donde foram escorraçados."»

Diário de Notícias
Notícia da conferência de Steiner em Lisboa na Gulbenkian

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Cello-Suiten



A minha cena preferida do filme O Pianista de Roman Polanski é quando Szpilman se refugia em casa de uma amiga violoncelista, depois de fugir do gueto de Varsóvia. Pela fresta da porta, o pianista vê-a tocar as sonatas para violoncelo de Bach. A música preenche o espaço frio do mundo e lembra o tempo de paz e o amor não concretizado por aquela mulher, os encontros e os momentos de alegria tornados impossíveis pelo anti-semitismo. A memória da Beleza, da dignidade do humano e da excelência da arte irrompem numa realidade absurda.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Lisboa (2)

Foto de Arnaldo Madureira




«Fazia investigação sobre Cabo-Verde em Lisboa e os meus amigos, na maior parte cabo-verdianos, orientaram o meu olhar para uma presença africana muito mais antiga do que a vaga de imigração da segunda metade do século XX: uma presença com cinco séculos, ligada ao uso permanente de escravos para efectuar os trabalhos mais duros da vida quotidiana na capital. Isto, desde 1445. Lisboa tornou-se assim, ao longo dos séculos, uma cidade habitada por África. (…) E como diz o meu livro, e todos os investigadores antes de mim, esta presença influenciou forçosamente a construção da identidade lisboeta, pois sabe-se que os negros participavam em todas as actividades, laborais e lúdicas.»




Jean-Yves Loude, autor de Lisboa, na Cidade Negra, Entrevista à INPUK