sábado, 28 de julho de 2007

Inverno



Invernos passados a ler Dostoievski num pequeno café em Carcavelos, cuja porta funcionava como ponto de passagem para as pessoas de um bairro. A memória de uma tarde em Padova na igreja de S. Francesco. Os dias muito frios a escrutinar os sinais de amor nas páginas dos livros. "Faço longas cartas para ninguém/E o inverno no Leblon é quase glacial". Um poema de Antônio Cícero. As primaveras tão fugazes. "Jamais ne vient l'avril dans le fond de mon cœur/Cet éternel hiver qui bat comme une caisse/Qu'on clouerait sans répit depuis que ma jeunesse/A décidé d'aller se faire teindre ailleurs".