Nasceste ontem, José, faltavam dez para as sete, e desde então existe no mundo «um novo começo». Não te esqueças nunca de que «és o Acontecimento, a infância misturada dos teus pais», como escreveu Jean-François Lyotard e, melhor do que eu, te poderá explicar a tua mãe, professora de Filosofia.
Que o mundo te chame muitas vezes, e te procure, todas as noites, se às vezes estiveres triste, para que possas estar no coração da vida, e não haja intervalos entre ti e os dias. Que aprendas a ser um justo, para que a tua vida possa ser uma parábola para os Homens. Que tenhas em abundância os bens da terra e os possas multiplicar pelos dons da amizade e do amor, para que «nunca te aproximes dos Outros com as mãos vazias». Que saibas reconhecer a Beleza e o Sofrimento. E que todos os teus sonhos se tornem realidade.